terça-feira, 28 de outubro de 2008

Casa das Minas do Maranhão

4.4. CASA DAS MINAS DO MARANHÃO
As primeiras informações sobre a Casa das Minas do Maranhão nos foram dadas por Nunes Pereira (PEREIRA: ) que era filho de uma iniciada naquele ritual. Segundo Nunes Pereira, a casa das Minas era uma sociedade bastante fechada aos olhares estranhos, mantinha uma forte hierarquia e mantinha em seus postos chaves, figuras femininas. Seu panteão era composto de deuses daomedanos, chamados Voduns que se apresentavam, através da possessão, em famílias de deuses. Além do contacto com os Voduns, havia também um grupo de divindades intermediárias, entidades infantis do sexo feminino, denominadas Tobossis. Nunes Pereira pesquisou essa casa nos anos 30, quando a mesma era dirigida por Mãe Andressa.
Anos depois, novas informações são coletadas e analisadas por um outro pesquisador maranhense, Sérgio Ferretti (FERRETTI:1985) que aponta algumas diferenças entre o tempo de Mãe Andressa e o momento atual. Há poucas iniciações graças o rigor com que são tratadas as novas noviças. As Tobossi desapareceram pois perderam-se os fundamentos para preparar as Voduncis para recebê-las. A casa mantêm-se tal como nos outros tempos, cultuam-se ainda os Voduns, mas está bastante diferente do tempo de Mãe Andressa, pois perdeu parte do seu esplendor.

Os Voduns da Casa das Minas são figuras históricas do antigo reino do Daomé e foram inclusive reconhecidos pelos membros dessa antiga casa real. Durante a possessão, fumam cachimbo e falam com os participantes e visitantes e nada é feito sem sua expressa autorização.

Segundo Pierre Fatumbi Verger, essa casa teria sido fundada por uma rainha-mãe daomedana que anos depois retornaria ao Daomé, levada por seu filho, quando este recuperou o trono e encetou intensa busca entre o Brasil e o Haiti, seguindo a rota dos mercadores de escravos, encontrando-a no Maranhão.

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